No âmbito das comemorações dos 100 anos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto foi realizada uma exposição na Casa Andresen (Jardim Botânico) do fotógrafo Harold Edgerton, simbiose de momento e movimento, arte e ciência, que reflecte exemplarmente a mensagem do Centenário da faculdade: " 100 Anos. Compromisso com o futuro."
Harold Edgerton nasceu em 1903 e morreu em 1990. Foi sobretudo o uso da luz estroboscópica na fotografia que o tornou célebre, uma vez que lhe permitia parar movimentos no tempo e garva-los em imagens fotográficas, imperceptíveis ao olho humano.
Edgerton criou e desenvolveu equipamentos electrónicos e fotográficos, registando mais de 40 patentes, contribuindo para a explicação de fenómenos naturais, como o voo do colibri, e registou imagens de experiências cientificas como a maça a ser atravessada por uma bala ou um conjunto de três balões a serem atravessados por uma bala.
Trabalhou no cinema no sestudios MGM aplicando as suas técnicas nas filmagens da curta-metragem "Mais rápido do que um piscar de olhos". Participou em várias expedições com Jacques Cousteau desenvolvendo equipamentos de exploração marinha, como sonares que contribuíram para a descoberta de navios naufragados. No campo militar registou fotograficamente testes de explosões atómicas e prestou apoio aos Aliados durante a 2ª Guerra Mundial criando equipamento que tornou possível tirar fotografias de reconhecimento aéreo nocturno, usado nos dias anteriores ao desembarque das tropas na Normandia (Dia D).
Durante toda a sua vida foi um apaixonado pelo movimento, fotografado com estroboscópio vários atletas de alta competição, nadadores, tenistas entre muitos outros.
A sua preocupação artística e a busca constante e insaciável pela perfeição levou-o a realizar enumeras tentativas até conseguir alcançar o seu objectivo, como é o caso da "coroa de gotas de leite", que lhe demorou 25 anos de tentativas consecutivas.
As suas fotografias fazem parte das colecções do Museum of Modern Art e da Royal Photografic Society desde a década de 1930. Cerca de 100 museus em todo o mundo adquiriram e exibiram as suas fotografias obtidas entre 1932 a 1989. Alguas delas foram piblicadas em revistas conceituadas com a Life e a National Geographic.
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